Um dos objetivos principais da Medicina Integrativa na prevenção e tratamento da infecção por SARS-CoV-2, suas complicações (incluindo a síndrome LONG-COVID) e efeitos indesejáveis relacionados à vacinação COVID-19, é restaurar ou melhorar o terreno biológico, resultante da integração de dois microambientes, extracelular e intracelular. Cada um microambiente é definido como o conjunto de variáveis físico-químicas às quais todas as células em seu contexto estão expostas: radiação (por exemplo, luz), temperatura/condutividade térmica, força iônica, pH, pressão parcial de oxigênio e dióxido de carbono, potencial de redox, nível de metabólitos específicos/moléculas sinalizadoras, qualidade/quantidade de microvesículas, etc.
Dentre os diversos sistemas bioquímicos envolvidos na homeostase do microambiente está o sistema redox, um sistema adaptativo que, em seu modo mais simples de funcionamento, inclui um oxidante, um alvo biológico e um redutor/antioxidante capaz de trocar um elétron. Ativado por diversos estressores, ele permite uma resposta adaptativa baseada na modulação das vias de sinalização e defesa. A Medicina Integrativa baseia-se em grande parte no controle desse sistema adaptativo, que pode ser obtido, por exemplo, por meio de nutracêuticos específicos [1].
Como se sabe, algumas doenças (por exemplo, respiratórias, cardiovasculares, metabólicas, neoplásicas, etc.) podem não só predispor a infecção viral, mas também agravar o seu curso. Por esse motivo, foi proposta a utilização de uma série de nutracêuticos com o objetivo de “manter o bem-estar”, ou “otimizar o desempenho” dos sistemas mais “suscetíveis”. Neste contexto, 4 grupos diferentes de moduladores podem ser úteis, para serem usados em indivíduos com risco de desenvolver infecção por SARS-CoV-2
(1) Moduladores da função respiratória. O aparelho respiratório não é apenas o primeiro alvo do ataque viral, mas também expressa um sistema redox muito ativo; a fumaça do cigarro, bem como a exposição a poluentes ambientais, quaisquer broncopneumopatias anteriores ou atuais, podem tornar os pulmões mais suscetíveis à infecção SAR-SCoV-2 e suas terríveis consequências (por exemplo, fibrose). Daí a necessidade de oferecer proteção nutracêutica específica por exemplo, com moduladores diretos (vitamina E, vitamina C, glutationa, acido lipoico) ou indiretos (polifenóis) do sistema redox.
(2) Moduladores da função cardiovascular. Insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, aterosclerose, hipertensão arterial, disfunção endotelial, etc., podem favorecer algumas complicações graves da infecção por SARS-CoV-2 e da reação a vacina que pode ser miocardite, disfunção endotelial, tromboembolismo e outros: nesses casos, podem ser considerados :glutationa, selênio, coenzima Q10, ômega 3 e assim por diante.
(3) Moduladores da reatividade dos adipócitos viscerais. A síndrome metabólica é uma condição predisponente às manifestações mais graves da infecção por SARS-CoV-2; por esta razão, além dos ácidos graxos poliinsaturados essenciais da série ômega-3, alguns polifenóis, como curcumina, extrato de Mamordica charantia (melão amargo) podem ser úteis.
(4) Moduladores da função imunológica. A infecção por SARS-CoV-2 pode ser favorecida por disfunções do sistema imunológico, normalmente responsável pela eliminação do vírus e controle da resposta inflamatória. Daí a utilidade potencial de uma série de substâncias, como vitamina C, vitamina D, zinco, L-glutamina, etc.
Com esse grupo de nutraceuticos a ação da medicina integrativa está em interferir no terreno biológico minimizando os riscos de desenvolvimento e agravamento da doença [2].
Bibliografia
[1] Mrityunjaya M, et Al. Front Immunol. 2020. 11: 570122. [2] Khan A, et Al. Front Pharmacol. 2022. 13: 898062.
Preencha os dados abaixo e ajude-nos a levar esperança e cuidado a quem mais precisa.
AJUDE-NOS A CONTINUAR ESSA JORNADA.